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O Pai da Biopirataria

Livro conta a história do roubo de sementes de seringueira do Brasil

“Nesta altura, a lenda de Henry Wickham tornara-se icônica, e sua fraude a serviço da rainha e do país fazia parte das histórias do Império. Nos jornais e revista, seu rosto enrugado e queimado pelo sol olhava em direção a uma distância vaga, sua cabeleira branca flutuando como uma nuvem ao redor de sua cabeça enorme. Os detratores afirmavam que era gorsseiro e egoísta, nada mais que um oportunista que esteve no lugar certo, na hora certa. Para outros, era um lembrete constrangedor da ambição voraz do Império. Mas estas eram opiniões de uma minoria, sem ligação com a opinião popular”. Este é um trecho do livro O ladrão do fim do mundo, lançado no Brasil, em 2011, pela editora Objetiva. A obra conta a história de como o inglês Henry Wickham, um homem comum e sem dinheiro, contrabandeou 70 mil sementes de seringueiras da Floresta Amazônica para a Inglaterra no século XIX, constituindo talvez o primeiro caso de biopirataria massiva na era moderna.

O ladrão no fim do mundo foi escrito pelo jornalista investigativo Joe Jackson, que buscou dissecar um dos mais notáveis casos de contrabando internacional, responsável pelo declínio do modelo econômico baseado na produção e exportação da borracha, base do desenvolvimento do norte brasileiro.

Movido pela ambição de crescer na indústria da borracha – filão comandado pelo Brasil na época – Wickham decide se aventurar pela selva amazônica em busca de um tipo particular de seringueira que produzia a borracha mais forte, durável e almejada pelos ingleses.

Sir Henry Alexander Wickham, botânico inglês, conhecido por ser o autor do contrabando de cerca de 70.000 sementes de seringueira, Hevea brasiliensis, na região de Santarém no Pará em 1876. (Photo by Hulton Archive/Getty Images)

Após enfrentar os perigos da floresta, ter encontros com insetos gigantes e habitantes do rio Amazonas, entre outras experiências que quase o levaram à morte, Henry Wickham retorna à Inglaterra com milhares de sementes raras de seringueira que, depois de estudadas no jardim botânico de Londres, o Kew Gardens, foram enviadas para plantações nas colônias inglesas tropicais.

Trinta anos depois, a Inglaterra conseguiu superar o Brasil no monopólio da borracha e dominar os suprimentos mundiais da matéria-prima. O ladrão no fim do mundo é a história do uso e abuso da natureza pelo homem na luta pela dominação mundial.

Por Patrícia Mariuzzo, com informações do Portal da editora Objetiva.
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